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Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Outra Vez, Nós

21.12.21 | Sandra

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Não importa o tom de voz que o outono impõe ao cruzar dos dias: o caminho é sempre novo, ainda que conheça de cor as nossas pegadas, os nossos risos e silêncios.

Dia após dia, novas cores amontoaram-se pelas últimas folhagens que agora nos veem passar, e perfumes soltos pela chuva tombada na madrugada acompanham as nossas conversas a passo calmo. O frio não nos incomoda, pelo contrário: desperta-nos, faz-nos atentos aos musgos, às heras, ao chão forrado de tons quentes e acomodados ao final de mais um ciclo.

Primavera, verão, outono, inverno, a ordem natural e perfeita imposta pelo universo, para nos mostrar que há um tempo definido para tudo, e que tudo tem o seu próprio momento...

Esta é a estação dos vagares, e entre a pausa das chuvas e dos ponteiros do relógio, sobre as folhas encharcadas e moles caídas ao chão, poesia e amor tornam-se um só elemento, escrito com as mesmas letras que percorrem o colorido ameno dos dias lentos, vazios de pressas, e cheios da singularidade própria da Serra que olha o mar agreste do Guincho.

E enquanto deciframos o outono que nos aconchega um no outro, a nostalgia cede, e o tempo constrói-se de novo só para nós. Afinal, o amor pode saltar por cima do tempo, simplesmente para chegar e permanecer. Ainda é outono: regressamos a nós, e é tão bom estar contigo!

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