Não é Verão?
Se eu gosto de ti e tu de mim, porque não? É este o tempo e a praia sabe de nós.
Podemos sentar-se na areia macia ao toque, dourada e quente sob a luxúria do sol estival. Podemos nela fazer desenhos, construções (um palácio árabe?), escrever palavras cujos sentidos só nós conhecemos, e sermos rosa-dos-ventos em pleno verão. Gaivota ao alto em mapa astral traçado por ti...
Podemos ouvir o mar cantar e, quando finalmente tivermos compreendido a letra, cantar juntamente com ele as canções que falam de sereias, de tesouros afundados e das cidades esquecidas do outro lado da linha do horizonte. Ou então podemos apenas entrar na água, sermos o próprio sol que se reflete nas nossas peles molhadas, ou as algas que ondulam ao sabor desinibido da maré. Dois corpos, um abraço...
Quando cansados, regressaremos à areia que tão bem nos conhece e ficaremos a aguardar sem pressa o silêncio e o crepúsculo, a noite tropical que vem de longe cheia de ousadia e promessas. Tenho uma ideia: que tal um piquenique sob a lua e as estrelas, quando os Deuses desenham nos céus constelações imensas e archotes acendem-se no areal, enquanto não muito longe dali uma guitarra toca?
Depois? Existem aquelas horas sem compromisso, de sabor exótico e cheiro a calor! São de todos e não são de ninguém... podemos ficar com elas para nós, afinal as nossas vidas estão sempre tão cheias de tanto! Que os cansaços e desafios fiquem esquecidos por algum tempo! Que a tua mão procure a minha, que a minha mão se feche na tua, e que a noite dure todo o tempo que nós quisermos! Não é verão afinal?