Silêncio sem Nome
15.11.23 | Sandra
Num silêncio sem nome,
Esquece a noite as suas origens,
Esquece desígnios escritos a rigor,
E todos os lugares maiores do que ela.
Num silêncio sem nome,
Perde a noite o seu rumo;
Abdica dos Deuses do Mundo
E deixa cativos os recados
Aquele que se esconde para além
Do primeiro momento da criação.
Num silêncio sem nome,
Sabe a noite que o silêncio tudo pode,
Quando no silêncio nasce já outra noite,
Igual, tão igual a ela.
(Mais uma!)
E na noite,
No silêncio dessa noite,
Nesse silêncio sem nome,
O meu nome lhe cedo
(Porque do nome posso abdicar)
Preciso somente para já
Do silêncio, da noite.