És como uma luz que facilmente atravessa tempos e memórias, para iluminar as certezas ambíguas destes dias singulares. Com uma claridade ímpar, clareias espaços onde o deslumbre ainda marca os sentidos indefinidos. Consegues transformar os dias em cetim branco, (...)
Voltas sempre na chuva que cai incessante e indiferente ao passar dos minutos. A nostalgia já nos vestiu do cinzento do dia e o vento acalmou-se ao pousar a mão leve nos nossos ombros. O frio segreda-nos ao ouvido que um beijo seria o ideal para aquecermos mãos e almas, (...)
Vem sentar-te comigo ao sol. Vamos deixar o calor evaporar dos nossos corpos as horas passadas e as ideias esquecidas nalguma curva apertada. Senta-te comigo e deixemos as perguntas sob a areia quente onde o sal experimentou o horizonte distante que fala de desconhecidos (...)
A manhã sentou-se a meu lado. Encheu-me de vagares e fez-me todas as promessas do mundo. Falou-me de fé, enquanto a dourada claridade me acolhia doce, no seu colo. No calor do dia que se revelava e despertava em brilhos o campo ao meu redor, certezas tornavam-se (...)
São noites gélidas, estas. Pressentem-te pensamentos singulares que o frio sempre me trás, sentimentos chegados do passado longínquo, ao agora. É isso mesmo que acabará por acontecer, conforme a lua for subindo no céu que por ela se deixa, sem esforço e com agrado, (...)
Se sou tua, tua sou, então! Pega nessas palavras que arrebatado, siderado, desenhas no espaço vago que se abre a ti, e deixa-as caírem das tuas ansiosas mãos, desfeitas em sílabas à solta, despejadas leves, ao longo de mim! Esperei-te desde o inicio do sempre: a (...)
Nada me encanta mais do que aquilo que eu sinto quando após o cinzento dos dias brilha a luz do sol. Algo maior que eu, que todos nós, lembra-me que ainda é possível acreditar, que o sonhar nem sempre é em vão e que temos direito a sermos nós mesmos, com tudo o que (...)
Chamaste-me na noite sóbria quando a brisa calava mundos dentro de nós. O Universo aproximou-se silencioso, deitou-se luminoso em nosso redor, cedendo-nos clarões de imensas estrelas que seriam nossas. No nada, gerou-se tudo, quando sentados no espaço sem caos (...)
Em cruas noites, naquele antigo clube de boémias gentes e velhos hábitos, o tempo faz-se sempre novo e eu sou cada vez mais eu, alma pura a descoberto! Em mesas cheias, pousam os fumos, cheiros, gargalhadas, olhares indiscretos! À fraca luz, és o som que pousa na minha (...)
E finalmente, de novo tu, manhã! Cálida, silenciosa, imensa, toda tu, inteira... beija-me, fresca, minha amante luz! Do outro lado da noite o enigma calado, a incerteza que é o sono, um nada que tudo abate, mas agora tu, manhã plena! Afaga-me em doces nuvens, secret (...)