Adivinho-te nessa chuva miudinha caída do nevoeiro que te trespassa. As gaivotas roucas já partiram, o farol já se calou, os barcos são agora meras formas fantasmagóricas. Ao olhar para ti, o rio pergunta-se o porquê de ali permaneceres há tanto tempo. As horas (...)
A tarde vai a meio. Os raios de sol entram pelas cortinas leves e ondulantes para pousarem no verde das plantas junto à mesa. É neste altura do dia que a sala ganha uma claridade muito peculiar e que provoca um sedutor jogo de luz-sombra. Toda a divisão envolve-se num (...)
Aconchego-me no vagaroso acordar, sob o intenso sossego da hora que é feita de madrugada! Respiro a serenidade do começo do dia, quando tudo repousa fresco, arrumado, leve e limpo. Quando o mundo desperta aos poucos do seu silêncio para lá do horizonte, e os cheiros da (...)
As aves já me falaram de ti com a mesma certeza que adivinhas em mim, e em passos indecisos chego agora à tua escrita de pedras soltas e brumas. Leio-te. Sou puxada a um abraço teu feito de intuições e, tímida como brisa na tarde, deixo-te as minhas primeiras (...)
Não longe daqui há um jardim. Na lagoa ensolarada, Onde caiem sombras nómadas e folhas impávidas, Cismam os patos, as rãs, Os nenúfares rijos e sagrados, coroados por libélulas vadias. Tartarugas aos montes trepam pedras redondas, Quentes no calor cru do sol. Bancos (...)