A Idade do Espanto
São coloridos os acordares nestas manhãs
Feitas dos sorrisos que, rindo,
Caem do sol.
Nuvens macias trocam segredos
No leito nu e morno
Do céu esquecido de acordar.
Na extensão dos secos prados
Descansam bravas, dóceis,
Ervas douradas e ondulantes.
Conversam com Deuse que se passeiam altivos,
Pela brisa cálida, de veludo.
Em praias distantes
De vastos areais e eruditas rochas,
Gaivotas compõem murmúrios
Que o mar há-de ondular em calmas marés.
E o Mundo aos poucos desperta,
Espreguiça-se devagar,
Sacode bravos desertos,
As mais altas montanhas,
Os grandes rios do mundo,
As florestas mais densas,
E pousa em esquecidas enseadas,
o Tempo sublime
Que sem pressa recria histórias,
Reinventa trajetos,
Embala a humanidade!
É este o momento,
A idade do espanto,
Em que me entrego sem incógnitas a coloridas manhãs
Em todo o macio calor da nudez dos meus sentidos.