A Idade do Espanto
São coloridos os acordares nestas manhãs feitas de sorrisos, que rindo, caem do sol.
Na extensão dos secos prados ondulam já as ervas do campo.
Em praias distantes, de vastos areais e eruditas rochas, gaivotas compõem murmúrios que o mar há-de gritar em longas marés.
E o Mundo aos poucos desperta, espreguiça-se devagar, sacode a vastidão dos desertos, as mais altas montanhas, os grandes rios do mundo, as florestas mais densas, as esquecidas enseadas onde Deuses passeiam, altivos.
O Tempo renova-se. Sem pressa recria histórias, reinventa trajetos, faz pulsar a humanidade!
É este o momento, a idade do espanto, em que me entrego sem incógnitas a coloridas manhãs que são todo o macio calor da nudez dos meus sentidos.