Ama-me, Porque Sim
É o teu olhar, tão cheio dos reflexos do mar quando o sol nele embate desejos e devaneios.
É a tua voz, espiral de impulsos e infinito, que ressoa dentro de mim como jacarandás em flor, cascatas frescas de poesia, prosa e verão.
É esse teu jeito, jeito de quem atravessou anos-luz só para chegar aquele instante em que te vi pela primeira vez, parado ao longe a olhar para mim.
E desde então, és Júpiter refletido na lagoa de águas escuras onde nenúfares dormem. És placidez, latitude e longitude em mim, lusco-fusco que me adorna a pele nua e faz-me ser menina-mulher uma e outra vez, as vezes que tu quiseres. E como te anseio, um concreto desejo que orbita em torno da minha alma e mordisca docemente como um amante cada recanto íntimo dos meus pensamentos. Ah!, como te gosto tanto! Deixa que a primeira chuva de outono caia e ama-me, porque sim.