Sem Rumo
O teu olhar de mistério há muito que arrebatou as certezas onde eu me escondia, e agora já não sei caminhar por ti sem me perder no sentido de tudo o que és! E tantas vezes caminho submissa pelo caminho que tem o teu nome, sem precisar de mapas ou bússolas para te percorrer por inteiro, até em mim, enfim, reencontrar-te!
Tornas-te de hoje em diante o momento que tudo domina, o espaço onde, sem eu o saber, já tantas vezes desisti, rendi, me tornei cristal quebrado por vibrações que descem de um firmamento onde místicos e gigantes deuses habitam, os que inventaram os caprichos humanos.
De hoje em diante és o momento! Deixa portanto que as tuas mãos pousem em mim como madrugadas frescas, provoca-me até que eu me desvaneça atordoada em imperativas vontades, como as que comandam a roda primitiva da vida.
Que estrelas caiam, que torpores adormeçam vulcões, que vagas desfaçam rochedos! Derradeira paixão na Terra, ama-me sem limites, ama-me sem rumo, sem norte nem sul.