Acontecimento
Chama-me Silêncio.
Chama-me Pedra Nua
E desenha em mim carateres antigos,
De exóticos significados por decifrar.
Bombaim, Capadócia, Singapura.
Percorre com as tuas mãos lentas os mapas do meu corpo
E deita-me na tua noite que se deita em mim também.
Fecha os olhos e deixa as estrelas brilharem,
Quando suspiros são a brisa cálida da noite,
E a lua cheia se mistura toda na nossa nudez,
Sob letras meio apagadas e sons que mal se ouvem.
No final do derradeiro prazer resgata o meu nome ao teu,
Soletra a vida noturna que nos rodeia
(e viu tudo acontecer!),
E deixa-te ficar mais um pouco
Até a respiração abrandar em notas musicais,
Até seres poesia em prosa minha,
Luxúria de verão e madrugadas.
O resto, acontece.