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Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Acontecimento

04.01.23 | Sandra

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Chama-me Silêncio.

Chama-me Pedra Nua

E desenha em mim carateres antigos,

De exóticos significados por decifrar.

Bombaim, Capadócia, Singapura.

Percorre com as tuas mãos lentas os mapas do meu corpo 

E deita-me na tua noite que se deita em mim também.

Fecha os olhos e deixa as estrelas brilharem,

Quando suspiros são a brisa cálida da noite, 

E a lua cheia se mistura toda na nossa nudez,

Sob letras meio apagadas e sons que mal se ouvem.

No final do derradeiro prazer resgata o meu nome ao teu,

Soletra a vida noturna que nos rodeia

(e viu tudo acontecer!), 

E deixa-te ficar mais um pouco

Até a respiração abrandar em notas musicais,

Até seres poesia em prosa minha,

Luxúria de verão e madrugadas.

O resto, acontece. 

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