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Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

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Carta dos Acertos

15.12.20 | Sandra

5759755_S.pngAceitando o desafio da querida mariasilva segue aqui o meu contributo:

Pai-natal:
Alguma vez teria que te escrever uma carta. Foi hoje. Quero agradecer, antes de mais, por todos os anos em que viveste no meu mundo imaginário. Durante esses inocentes anos sempre pensei em ti como um alguém feito de algodão e risos, de uma bondade extrema e genuína humildade! Entregavas os nossos presentes, nada recebias em troca e ainda saías de cena com sinceras gargalhadas e a mão a acenar num doce e alegre Adeus!  Se ajudar, quero que saibas que, em tua honra, sempre fiz questão de provar cada doce e frito que havia na mesa.

Hoje já sou crescida, sabes o que penso em relação à época natalícia (desculpa!) e também já sei quem não és. Mas só por representares tanto para tantos nesta altura do ano, e por teres enriquecido esse meu mundo próprio da infância, continuo a incluir-te nos meus natais.

Obrigada pelas prendas que me deste quando, nas minhas crenças de então, eu tinha a certeza que eras tu quem as escolhia, comprava e entregava. Quase sempre acertaste no que eu desejava!

Obrigada por depois, quando saíste da minha realidade e foste morar no mundo da fantasia, teres dado aos meus pais a possibilidade de continuarem com a tarefa que até aí eu atribuía só a ti, sempre com amor e humildade. Ah! E obrigada por todas as coisas boas que tenho tido ao longo da vida e que tenho no meu dia a dia, as quais nem sempre sei devidamente agradecer!

Hoje vou tirar-te do mundo da imaginação e trazer-te a este mundo incerto que ainda precisa de um pouco de ilusão: quero, portanto, fazer-te mais um pedido (sabes que continuo a fazê-los, não é?):

Se tudo sabes, sabes que eu ando cansada. Queres ajudar-me? Então o que te peço é que o ano que vai em breve começar, o enigmático 2021, seja um ano de vitórias, alegrias, paz e prosperidade para aqueles que me são mais importantes. Essa prenda que te peço irá atenuar este meu cansaço e ficar-te-ei muito grata!

Se achares que me portei bem e que mereço dois presentes, peço-te que ajudes também aqueles que mais sofrem e que fazem parte do grupo dos mais frágeis, dos mais indefesos, por não terem como fugir desse sofrimento, seja ele qual for.

E se der, se achares que desta vez até mereço mais um mimo, achas que podias dar-me menos cabelos brancos? As boas tintas colorantes são muito caras e não queria ficar como tu, pelo menos nos próximos anos...

Ah! Só mais um pedido, prometo, é o último! Pode ser? Há pessoas que dão muito de si, na medida das suas possibilidades, para ajudar o outro. Podes recompensá-las, trazendo-lhes alguma grande alegria? Obrigada!

Agradecendo por tudo, e prometendo TENTAR portar-me bem no próximo ano, deixo-te um enorme beijo mas ao longe, o distanciamento social ainda é para cumprir! Espero que recebas esta carta e que envies cumprimentos meus às tuas renas, aos gnomos e aos elfos, todos teus aliados na missão de fazer nascer sorrisos nos rostos das crianças e nos corações dos adultos que ainda precisam de um pouco de magia nas suas vidas. 

Obrigada!

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