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Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Sílabas à Solta

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De Todos

22.10.20 | Sandra

 

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Não é meu, o caminho. É de gentes, ruas, casas, memórias. Mas nele demoro os meus passos. Na calma contemplação, ladeada pela cal brilhante dos muros, respiro a fé que pelo caminho passeia-se comigo. Piso as pedras do chão que, com o tempo do seu lado, ecoam crenças e rezas que chegam de todas as esquinas. Não me apresso; sigo leve, passo a passo, confiando orações dispersas. Árvores, gatos, pessoas, pardais. De todos é o caminho que verga paisagens, sons, ideais, superstições. As pedras, donas de pensamentos alheios deixados cair dos bolsos dos sonhos, são como uma constante procura de um regresso à inocência. À sua maneira, entendem-se em gratidão com a chuva mansa que cai, ou adormecem felizes sob um sol enamorado. É o caminho, um caminho solto em auroras ou crepúsculos, um caminho não meu mas de todos.

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