Amor na Manhã
Sentimentos translúcidos deitam-se na claridade que desperta as vontades,
E afetos esfumam-se,
Desígnios perdidos de sol.
A luxúria pousa num delicado leito,
Criado numa folha de papel virgem,
Imaculada,
Intocada de letras, ideias.
Despe-se devagar, a poesia.
É cetim escorregadio, macio,
Doce o poema que desliza pelo corpo solto, aberto em rimas.
Mimoso é o tempo
Que no aconchego do amor pleno manda parar ávidos segundos,
Minutos, horas.
E na serenidade imensa que despeja desejos,
A liberdade entrega-se a versos embriagados.
Soltam-se sílabas.
Diz que sim!
Sê Poeta e faz-me soneto!