Encontro Improvável
Da minha janela vejo a lua
(Altiva, lá no alto)
E o gato que dormita sob as estrelas,
(No relvado, lá em baixo).
Entre o espaço que se estende
Da lua até ao gato,
Há o cheiro de trovoada,
Tango, em tarde quente,
Amor louco, feito capricho.
Da minha janela vejo a lua.
Vejo o gato, também.
Nem um nem outro me vê,
Discreta que estou eu,
No parapeito morno da noite nua.
Fecho a janela, é tarde,
Até para o sono que já lá vem.
Levanta-se o gato,
Desce a lua,
É encontro improvável que se dá,
Agora que estão sós sem mim!
Desconheço o desfecho:
Adormeço.
Lá fora, o gato mia.
Eu? Sonho contigo...