Estação Cor de Fogo
Derrama o outono pelas ruas a sua luz perene, feita de cobres alaranjados.
Nas cálidas horas de douradas tardes, descem ao chão as folhas de ouro, secas e barulhentas, filhas de um tempo maior. Deita-se nelas a brisa morna, preguiçosa, melosa, cheia de doces insinuações, saída do encurtar dos dias.
Na dormência da meia-estação passam pelos passeios passos teus. Ouço-os quebrando esperas minhas. Ansiosa, admito que esta estação cor de fogo parece toda ela saída dos teus beijos, que quero quentes em mim, em intermináveis tardes e imensas noites. E entrego-me por inteiro ao outono que és tu...