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Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Meu Filho

18.02.21 | Sandra

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Posso sentar-me ao teu lado?

Gosto de te ver ao sol, corpo repousado no banco de pedra ali colocado há muito tempo. É lindo esse momento tão teu, em que te esqueces das horas e de tanto mais, para apreciares, descontraído finalmente, a tarde dourada que se mostra a ti em toda a sua beleza e força. Tu também és muito belo e forte. És uma dádiva que todos os dias dá um real sentido a quem sou. Ensinaste-me o que é realmente importante: esperar pacientemente; sonhar sempre, apesar de todos os desafios e adversidades. Acreditar nas possibilidades, com uma certeza simples mas, ao mesmo tempo, forte. Manter a capacidade de rir, brincar, cantar, dando a cada momento, bom ou menos bom, a atenção devida e o tempo próprio. Que a passagem do tempo opera mudanças que devem ser aceites. Mais: ensinaste-me que é possível ser-se adulto, mantendo, ao mesmo tempo, a magia própria e a humildade de ser-se criança.

Gosto tanto de te ver imerso na força e na paz que a luz que um sol pleno oferece! És um ser maior, genuíno, resumes em ti tudo o que de belo o mundo me dá, apesar de todas as contrariedades que me afetam.

Também tens as tuas fragilidades, és humano, afinal, mas elas são só um acrescento a tudo o que de grandioso és. E por tudo o que retribuis, mereces estar sentado nesse banco de pedra, longe de tanto, perdido num vago sentir que todo ele é serenidade, fé, gratidão, paz imensa no teu interior e em teu redor. Vitórias, conquistas, tudo de bom tu mereces, sempre! Posso sentar-me ao teu lado, filho meu?

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