Lençol
Acorda-me o sol que rasga espaços pela janela indiferente ao meu sono vadio. Sonolenta, afasto de mim o lençol que na noite passada provocou-me, seduziu-me de forma promíscua, falou-me de ti, sussurros despejados no meu corpo solto enquanto eu, inocente, dormia...
Agora é dia mas o lençol é inclemente: resiste, aconchega-me, não me deixa sair da cama, permite que devaneios ainda me falem de ti, fazendo com que a pele se arrepie, incendeie, encandeie.
Não me deixa o lençol sair da cama... Obedeço submissa, porque agora já é uma outra vontade que me chama: o desejo da chama que és tu, devasso em mim!
Entre carícias e perícias agrava-se a situação, descompassa o coração. E sabe bem estar entre lençóis!