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Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

O Começo

21.10.22 | Sandra

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Um dia, uma noite talvez,

Eu cruzei o teu caminho (ou tu, o meu)

E houve música felina, cheiro a maré vazia,

Vaga-lumes no calor nu fora de horas,

Lua cheia e dança de capoeira.

Vi-te então na tua escrita 

E declarei-te alma de poeta,

Profeta,

Amante nómada que conjuga letra a letra o verbo Ser,

Que queima sílabas arrancadas ao absoluto,

Num desfecho de um prazer sem nome, que quero dividir contigo.

Traçaste-me um mapa,

Chamaste-me de alma pura,

Escreveste-me a noite, 

E a noite pareceu durar "uma vida, e um momento"...

Agora todas as noites são tuas.

Porque é nelas que escreves, 

É nelas que te vejo, 

Revejo,

É nelas que me devolves a mim mesma,

Como só tu tão bem o sabes fazer.

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