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Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

O Render da Alma

02.10.20 | Sandra

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Em fugitiva tarde no discreto frio da estação, chamas crepitantes tingem com reflexos dourados o gentil calor que nos abraça. No rosto meu a tua mão, entregue sem tempo, como fagulhas clandestinas que dançam soltas no ar. Palavras caladas, intuídas, fluem leves nos teus dedos que sem pressa navegam pelas ondas vagas que o meu cabelo oferece.

O brinde cúmplice aguarda impaciente que todo um nosso abraço se aparte enfim, satisfeito, quase mudo no desejo que despe aquelas nossas confissões ainda lacradas. Fogo e vinho são formas abstratas do primeiro, imenso beijo, que os nossos lábios selam. Desvanece-se, louco, o brinde; desfalecem as douradas chamas. A celebração é agora toda em nós quando os nossos corpos peregrinos são já pertença das nossas mãos ternas e ávidas, que pela nossa pele circulam despejando mimos sem rumo na noite feita, já chegada.

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