Para Quê?
Chego pronta para ti, cheia das minhas certezas e resoluções. Recebe-me no infinito silêncio das horas sem fundamento. Deixa que o meu olhar se firme no escuro absoluto no teu, e que todas as palavras-chave não ditas desmoronem sobre nós.
Poderemos então trilhar um abraço que tudo abarca, daqueles que desbravam caminhos de tempos antigos, que levam ao sentimento que rasga poemas ao meio.
Impregna depois um beijo teu impaciente em mim, e deixa-o ser campo cru entregue ao avançar das estações, enquanto melros se encolhem perante o rigor do inverno.
Desliza nesta minha pele que te conjuga, que te chama em sussurros sem pressa. Se ainda não chegar, abraça-me outras tantas vezes e proíbe o tempo de avançar. Para quê? Para assim me receberes sempre, que o tempo, esse, não se importa que algo maior do que ele aconteça!