Se?
Se eu for ter contigo, abraças-me?
Deixas que os nossos corpos juntos nesse enlace
Esqueçam os olhares curiosos de quem por nós passa
E se juntem ainda mais
Na ansiedade muda um do outro?
Se eu aceitar dar-te a mão,
Levas-me pelas ruas abertas
A ver casas, montras e jardins,
No sol risonho que aquece este inverno
Despido de tremores e brumas?
Se eu te pedir com jeitinho,
Contas-me as histórias do teu bairro,
Das suas gentes e vidas?
Se eu deixar que sem pressa acaricies o meu cabelo,
Quando for a minha vez de falar,
Dás-me um beijo repentino?
Fazes isso, se eu estiver contigo?
E depois dás-me uma flor?
Ou um poema,
Que é bem melhor?
E serei sorriso, impulso,
Perdida e encontrada no castanho-terra do teu olhar
Que me leva ao finalmente!