Sem Nexo
A imaginação é abstrata, e sempre teima em unir-nos quando primitivas forças imperam em cumes longínquos, onde a poesia ascende. És agora todos os caminhos que busco sempre, sem ter como querer escapar. Aceito-te e mergulho na ânsia das nossas palavras soltas à pressa, deixadas cair sem ordem no chão do tempo que permanece sempre nosso.
Mergulho em devaneios onde não mando nos teus desejos, onde não questiono a tua boca, onde não conduzo as tuas mãos desenfreadas na busca de quem sou, o meu cabelo em desalinho acariciado por dedos ávidos de amor, os teus.
Apenas mergulho, sempre sem nexo, nesse teu vago sentido que sozinha arrasto a mim na hora em que o meu desejo cede. Em todos os termos, é como se fossemos um só. Este mergulho é sem nexo, e por tanto, por tudo, já vale a pena.