Sempre Assim
A lua trespassa estrelas. Na solidão da noite, entrego-me a elas e nada sou mais além do que tua. Em horas soltas, presas ao teu Tempo, ouço-te. São ecos teus que ressoam em mim as dúvidas que tens. Dou-te o meu amor, frágil, algo cristalino e vadio. Toda eu sou tua (como não o ser?) e a noite marginal ecoa este render de alma que te faço. Tanto espaço a atravessar! Pressentirás tu este meu gostar de ti? Brilhos foscos de limbos desamparados rumam a um firmamento quebrado pela minha ansiedade e saudade. Afinal, o tempo passa, e a bruma vai e vem. Unicamente o amor todo de mim te dou. Esse não quebra, é como névoas que me escondem, abarcam, passam em meu redor e dentro de mim. Tem sido sempre assim...
Mas de ti, querido, como o pedir para mim, amor também, se nada mais consigo de mim dar? Amor sentirei, mas esse sentir ficará sempre resguardado na solidão da noite, quando a lua interroga as estrelas. Para mim, está bem assim, mais não posso.