"A primeira estrela que eu vejo, Realizo o meu desejo..." O Universo expande-se e arrasta tudo com ele. O crepúsculo abre-se por inteiro ao firmamento, e o piar das aves ecoa ao longo do escurecer que vai acendendo os candeeiros de rua. Hoje não há vento nem nevoeiro, (...)
Na hora clandestina da noite sossegada, quando ruas dormem no silêncio amordaçado de um sono que brilha em gotículas mil, desperto eu sob os impulsos que conheço bem. Não quero saber se chove, é uma chuva mansa, que mal se ouve ou sente, e apetece-me. Abro a porta (...)
Era um antigo clube, numa rua desconhecida e recatada. Restrito, ninguém falava dele. Num palco pequeno tocava sempre a mesma banda, com os mesmos fatos, os mesmos instrumentos. Havia um cheiro típico no ar, que lembrava tudo e nada. Parecia trazer algo de misterioso, (...)
As horas há muito que partiram para outras esferas, desfizeram-se como poeira cósmica que se eleva ao céu, deixaram para trás o dia, os ventos e as vozes. Agora permanecem só os sons da noite, do embalo, da cadência e da rendição ao infinito, ao mistério que me cerca. Sen (...)