Deito-me no deserto das tuas mãos (Imenso vácuo de noites sem sonhos) Enrolo-me no espaço dos teus braços, que me seguram, Cheios de galáxias mais antigas que este mundo; E reconstruo-me Enquanto contas histórias de vidas passadas E enormes cidades erguem-se (...)
O nevoeiro murmura palavras que me levam a ti, palavras com uma sonoridade ímpar que ressoa de tal forma pelos cantos do mundo que jamais deixará de ser ouvida. Conheço-te bem, desde tempos já há muito esquecidos porque há muito que deixaram de ser contados pelo (...)
Repousa em mim, luz que o sol liberta ao dia. Recebo-te em júbilo, que desce sempre feito mistério, manhã após manhã. Pousa suavemente nesta minha pele que, sem entraves, te espera desde o clarear dos céus. Aquece-me suavemente como beijos que se dão, e acaricia-me (...)
Não é meu, o caminho. É de gentes, ruas, casas, memórias. Mas nele demoro os meus passos. Na calma contemplação, ladeada pela cal brilhante dos muros, respiro a fé que pelo caminho passeia-se comigo. Piso as pedras do chão que, com o tempo do seu lado, ecoam (...)
Aves mensageiras voam em bandos soltos pelas ruas. Sobrevoam telhados poeirentos e percorrem interrogações tombadas ao vento. Sou dona de todas as palavras que transportam, e a todas elas eu mando chegar a ti. Dia após dia, no desenrolar silencioso do tempo, quando a (...)