Vem comigo. Deixa-te ficar apenas nas horas sem tempo que pairam na preguiça da tarde imóvel. Um sol quente faz-nos companhia, senta-se connosco, também. Se o calor for demais, temos leve, a sombra. Sentamos-se onde? Escolhe tu, que a tarde é soalheiro agrado. Na (...)
No sol adocicado da tarde transparente, enquanto as horas se fazem gentis, plenas e agrestes, balouço-me sem pensar no sentido do tempo ou do espaço. Balouço-me, e no meu embalo balançam-se também sorrisos, abraços, promessas, palavras silvestres como cartas ao vento. S (...)
Dia de ventania. Na orla da tarde seca, calam-se sombras e colam-se rostos sem cor às janelas fechadas. Persegue-me o vento por ruas agrestes, vazias de barulho. Indomável, despenteia-me o cabelo, sacode-me a mala e serpenteia atrevido pelas pregas do meu vestido, (...)
Não longe daqui há um jardim. Na lagoa ensolarada, Onde caiem sombras nómadas e folhas impávidas, Cismam os patos, as rãs, Os nenúfares rijos e sagrados, coroados por libélulas vadias. Tartarugas aos montes trepam pedras redondas, Quentes no calor cru do sol. Bancos (...)