A noite está parada mas não calada. Ouvem-se cigarras, relas, melros. Folhas secas estalam sob as patas felpudas dos cães, que provam a noite amena. Um grupo toca as suas guitarras junto à fogueira que nunca se apaga, e nos ramos parados das árvores senta-se um (...)
Saltita o cão entre as horas novas de um ano também ele novo. Ignora a data impressa no jornal pousado no banco, ao lado do seu humano. Ignora as decorações penduradas nas janelas e na rua, bem como toda a azáfama fora do normal à qual ele assiste à sua volta. São (...)
E ali estavas tu, olhando-me de frente, fim de tarde, altivo, resplandecente, presente. Vislumbrei-te ao longe, e aproximei-me para te ver melhor. Sondei-te nas silhuetas escuras do dia que estava prestes a adormecer, e recebi-te no contraste dos ecos de palavras (...)
Não te esqueças de me lembrar. Não te esqueças de te lembrar que o mesmo céu nos abraça, que o teu sol entrega-se em mim, e que na noite partilhamos estrelas. O mundo avança e nele avançamos juntos. Neste momento, civilizações crescem. Filhos dão os primeiros (...)