Tempo de repouso. Celebração. Para já, arrumo incertezas e orações, tudo fica para além da janela aberta à placidez da praceta e da cadência da música que toca baixinho atrás de mim. Desce no meu íntimo a serenidade da hora, enquanto o fumo do café acabado de (...)
Deixa-te ficar neste embalo cadenciado da chuva que cai. Deixa-te estar amor ao meu lado, enquanto gotas brilhantes sorriem ao cair tontas de alegria de um apaixonado céu. Posso aconchegar-me a ti, no calor selvagem que do teu corpo se liberta? Escuta! Ainda cantam, (...)
Deixa que os lençóis que nos abrigam sejam pautas musicais abertas ao dormir da noite. Neste silêncio profundo, desnuda a minha pele feita de acordes que vibram a partir de lugares perdidos, tempos distantes, e faz-me música... Define tu o tempo, marca o passo e o (...)
As horas há muito que partiram para outras esferas, desfizeram-se como poeira cósmica que se eleva ao céu, deixaram para trás o dia, os ventos e as vozes. Agora permanecem só os sons da noite, do embalo, da cadência e da rendição ao infinito, ao mistério que me cerca. Sen (...)
Renovo-me ao caminhar por extensos campos. Neles, sou todos os sonhos possíveis. E bebo, deliciada, a liberdade do ser e do estar - como se tudo o que menos bom há não tivesse lugar em toda aquela vastidão. Em tardes douradas de sol quente, no céu alto voam as aves. (...)
Leva-me devagar a ti. A música começa agora, aproxima-me ao que és. Mão com mão, corpo com corpo, num silêncio solene, leve. A dança. Notas pautadas que nos movem quando já estamos subtraídos de pensamentos. Só sentimos. O nosso exterior evapora-se. Nem uma (...)