O céu está frio. Tons pálidos, desfeitos, destoados. Não há vento mas um ar gélido e húmido cola-se ao meu rosto. O areal cerca-me liso, vazio, quase sem essência. À minha frente, todo um imenso e desolado mar. Sentada na areia, é a ele que me entrego, é nele (...)
A tarde vai a meio. Os raios de sol entram pelas cortinas leves e ondulantes para pousarem no verde das plantas junto à mesa. É neste altura do dia que a sala ganha uma claridade muito peculiar e que provoca um sedutor jogo de luz-sombra. Toda a divisão envolve-se num (...)
Hoje mimo-me. Nada conta, tudo vale. Desprendo de mim o dia que lá vai, da mesma forma que desprendo de mim as roupas que me envolvem o corpo. Acendo uma vela e relaxo num demorado banho de imersão após o qual, aconchegada na toalha de banho, delicio-me com um chá ao (...)
Está frio. O mar apresenta uma tonalidade que faz lembrar o chumbo derretido. No areal de aspeto triste, vago, só algumas gaivotas meditam a tarde cinzenta. Não estou lá mas sei. Sei que antes de caminhares pela praia desolada, estiveste ausente de ti, perdido nos teus (...)
Verão. Muito calor. Ar estagnado, pesado. Paira um silêncio estranho na rua deserta, nos campos secos, entre os pinheiros enfezados nos montes escuros que rodeiam a aldeia. Sentei-me no banco de azulejos coloridos enquanto me preparava para saborear um chá. (...)