Esvoaça a folha seca nas rajadas do vento impiedoso. Enquanto altiva expõe a sua cor dourada pelas janelas e parapeitos por onde passa, esconde nos seus veios sem vida um pouco do verão que se afasta de ombros descaídos, contendo muito a custo suspiros melancólicos. S (...)
Fecho os olhos no amordaçar do silêncio da noite. Está calor. Sob um céu pleno de estrelas tropeçam ideias caprichosas, cheias ainda do teu cheiro e do roçar do eco de antigos deuses que falavam de nós. Hoje parece tudo tão distante: as gentes e os seus caminhos (...)
As cores acendem-se na luz da tarde sossegada. O derradeiro calor marca a viragem do tempo e senta-se comigo nos bancos de jardim. Pombos assustados levantam voo para longe, levantando folhas do chão. Um grupo de miúdos esmaga o relvado, persegue-os, tenta apanha-los. As (...)
Se eu pudesse levava-te um pedaço de mar. Não um mar qualquer, mas aquele mar que é cada traço da palma da tua mão. E é teu esse mar, essas praias que vezes sem conta percorreste. É teu e só teu, de hoje em diante, para sempre. Nele és rei, dele és rei. E não (...)