E não preciso de nada mais, Mesmo se eu fico E tu vais! Desde que haja um retorno, Dormir e acordar No meio de um sonho, Entre abraços teus De cores estivais, Risos nascidos Em palavras banais, Desde que a dança se dance noite fora, Deixar a pressa cair, Partir, Ir (...)
Há caminhos feitos do teu nome traduzido em sombras quebradas, O despir da luz que escorrega do sol presente, cuidado... Percursos onde se devastam formas, cores, Despem-se barulhos, cheiros, Significados indecifráveis; Quando vagos pensamentos alinham-se, Alinhavam-se E (...)
Por ora, apenas relvados tão ocos quanto os dias, bancos de cimento sem quem neles se queira sentar, passeios escorregadios, o vazio e a ausência. Ruas caladas e húmidas esquinas. Poças de água gelada, imóvel na espera de um sol que demora. Árvores paradas no tempo (...)
Era um antigo clube, numa rua desconhecida e recatada. Restrito, ninguém falava dele. Num palco pequeno tocava sempre a mesma banda, com os mesmos fatos, os mesmos instrumentos. Havia um cheiro típico no ar, que lembrava tudo e nada. Parecia trazer algo de misterioso, (...)
Deixa que os lençóis que nos abrigam sejam pautas musicais abertas ao dormir da noite. Neste silêncio profundo, desnuda a minha pele feita de acordes que vibram a partir de lugares perdidos, tempos distantes, e faz-me música... Define tu o tempo, marca o passo e o (...)
Renovo-me ao caminhar por extensos campos. Neles, sou todos os sonhos possíveis. E bebo, deliciada, a liberdade do ser e do estar - como se tudo o que menos bom há não tivesse lugar em toda aquela vastidão. Em tardes douradas de sol quente, no céu alto voam as aves. (...)
Leva-me devagar a ti. A música começa agora, aproxima-me ao que és. Mão com mão, corpo com corpo, num silêncio solene, leve. A dança. Notas pautadas que nos movem quando já estamos subtraídos de pensamentos. Só sentimos. O nosso exterior evapora-se. Nem uma (...)
A tarde vai avançada, tempo de abrandar. Sento-me nas horas do descanso que embalam a imaginação desperta em mim. Chove. A chuva também me molha pensamentos, abstrações, sentimentos e rascunhos. Brotam desejos da alma, e asas voam de sonhos meus como pautas ao vento. (...)
Flor, De que madrugadas nasceste tu, Para em rasgadas manhãs sem cor Cuidares do embalo das aves que no alto voam? No sol que quebra as frescuras do orvalho, Danças nas pétalas que giram em palavras tuas, Com sabor a perdidos prados E caminhos de fim de dia. Sendo tu flor, Entr (...)
A tarde vai a meio. Os raios de sol entram pelas cortinas leves e ondulantes para pousarem no verde das plantas junto à mesa. É neste altura do dia que a sala ganha uma claridade muito peculiar e que provoca um sedutor jogo de luz-sombra. Toda a divisão envolve-se num (...)