É o teu olhar, tão cheio dos reflexos do mar quando o sol nele embate desejos e devaneios. É a tua voz, espiral de impulsos e infinito, que ressoa dentro de mim como jacarandás em flor, cascatas frescas de poesia, prosa e verão. É esse teu jeito, jeito de quem (...)
Acorda-me o sol que rasga espaços pela janela indiferente ao meu sono vadio. Sonolenta, afasto de mim o lençol que na noite passada provocou-me, seduziu-me de forma promíscua, falou-me de ti, sussurros despejados no meu corpo solto enquanto eu, inocente, dormia... Agora (...)
Vejo-te como luxo, um verão que frutifica em caprichosa cor. Brinco contigo em jogos de luz-sombra, contraluz onde demoro a minha atenção, como que ávida, perdida, desejosa do sabor da tua complexa transparência... No básico que tu és vejo toda a subtileza citrina (...)
Quebram-se em raios de luz todas as sombras. Lâminas afiadas feitas de sol descem ao solo onde a tua alma ainda descansa, embrulhada em mantos de folhas soltas. Tens o cheiro da terra fecunda, fresca, húmida e macia. Repousas a cabeça nos dentes-de-leão e trevos que (...)
Janela aberta ao acordar vagaroso da praceta. Sol que chega triunfante para sacudir do dia restos que a noite deixou ao partir. Horas caminham sobre as asas dos pardais, andorinhas e rolas. No rebuliço do dia espreguiçam-se árvores, com as suas folhas barulhentas (...)
A imaginação é abstrata, e sempre teima em unir-nos quando primitivas forças imperam em cumes longínquos, onde a poesia ascende. És agora todos os caminhos que busco sempre, sem ter como querer escapar. Aceito-te e mergulho na ânsia das nossas palavras soltas à (...)