E que tal um poema? Não um poema qualquer! Tem que ter luz... Sílabas em som, Porque não? Ser poesia escancarada, Ter todas as cores do mundo. Tem que cair das madrugadas, Divagar em longas tardes de estio E amar muito à noite, devagarinho! Que tal um poema? Tem que (...)
Estás sempre em dias como o de hoje, quando a chuva cai destemida e incessante ao passar das estrofes num papel rasurado. Nestes dias, veste-me a nostalgia com o cinzento macio do firmamento, e o vento acalma-se enquanto pousa as mãos nos meus ombros promíscuos, num (...)
Sentimentos translúcidos deitam-se na claridade que desperta as vontades, E afetos esfumam-se, Desígnios perdidos de sol. A luxúria pousa num delicado leito, Criado numa folha de papel virgem, Imaculada, Intocada de letras, ideias. Despe-se devagar, a poesia. É cetim (...)
As aves já me falaram de ti com a mesma certeza que adivinhas em mim, e em passos indecisos chego agora à tua escrita de pedras soltas e brumas. Leio-te. Sou puxada a um abraço teu feito de intuições e, tímida como brisa na tarde, deixo-te as minhas primeiras (...)
Não quero um amor qualquer! Quero amor de estrofes, rimas! Desconcertante, confortante, Sem floreados nem alinhavos, ou ponteados... Quero um amor assim! Ofertado, feroz, feliz, rasgado. Meigo, arrebatado! Um supremo cruzar de almas Ou um cruzar de corpos roucos, marginais, Vad (...)