És aquele que arranca palavras às nuvens na madrugada calada e chuvosa, entre o fumo do café que arrefece à tua frente e a folha em branco que te espera, não sabendo se vive ou morre. Arrancas palavras às nuvens e elas pensam que é chuva que delas cai. Tu, num ai (...)
Encontro-te na manhã de um céu feito de azul imenso. O orvalho enche o chão de cristais que brilham sob um sol desperto, rasgado pelas asas das primeiras aves que se soltam às horas novas. Caminhamos por entre as árvores do teu jardim, ignorando a friagem húmida que (...)
Tempo de repouso. Celebração. Para já, arrumo incertezas e orações, tudo fica para além da janela aberta à placidez da praceta e da cadência da música que toca baixinho atrás de mim. Desce no meu íntimo a serenidade da hora, enquanto o fumo do café acabado de (...)
O fim de tarde pousa para lá da janela aberta, feito cetim que sustenta nos braços o cantar das aves que regressam às copas das árvores. O ar faz-se leve, fresco, como uma manta onde se sentam os risos despreocupados das crianças que brincam na praceta, enquanto (...)
Já não estava habituada a amar. Já tinha esquecido tudo o que o amor faz ao coração de uma mulher. As dúvidas e as certezas. O par ou o ímpar. A coragem e o receio. O sonhar sem fim. Tudo à minha volta ter o embalo de uma luz especial, doce, quente, parecida com o (...)
A tarde vai a meio. Os raios de sol entram pelas cortinas leves e ondulantes para pousarem no verde das plantas junto à mesa. É neste altura do dia que a sala ganha uma claridade muito peculiar e que provoca um sedutor jogo de luz-sombra. Toda a divisão envolve-se num (...)