Não há grão de areia que não conheça o peso dos teus passos, nem gaivota que não reconheça a tua silhueta contra o céu aberto que te vê passar. O mar conhece-te bem. Não um mar qualquer, mas esse feito de águas vivas, marés temperamentais, que facilmente se (...)
Manhã minha Tua Da alma, da rua Das gentes Telhados, Gaivotas e gatos! Manhã que me acorda Recorda, Que pede Chama Arranca da cama, Que envolve, Revolve, Devolve A paz Num dia mais! Manhã que chega No ladrar do Sol Manhã de frescura Palavras, ternura... Manhã sou eu P (...)
Uma imensa paz. O sol doce de fim de tarde já se desfez todo no ondular salgado das águas mornas, que nos conhecem tão bem. É esta a nossa hora secreta. Pousa a tua mão na minha e conduz-me onde sabes que quero ir. Leva-me ao nosso momento feito de oeste e de maré cheia. (...)
Papel, cola, cordel. Um desenho teu, como modelo. Dobras a rigor, mastro, cabos, está pronto o barco! Do mundo real caídos ao sonho, navegamos? Temos as horas ao abandono e as marés a nosso favor. Bandeira hasteada, velas ao vento, cruzaremos oceanos (num lago ou num (...)
O barulho da chuva a cair contra a janela acorda-me cedo. À chuva miudinha que cai em desalinho, pertence toda a minha nostalgia e todas as minhas vontades. Sopra um vento forte sobre os telhados desolados, os relvados bem cuidados, os carros adormecidos, a praceta vazia (...)
Balouço-me nas horas gentis Plenas, agrestes, Que desconhecem tempos e sentidos. Como cartas ao vento, balançam sorrisos, Abraços, promessas, Palavras silvestres que, Como ervas do campo, Se balançam também no sol adocicado Da tarde transparente. Subo ao alto, destemida, A (...)
Vem sentar-te comigo ao sol. Vamos deixar o calor evaporar dos nossos corpos as horas passadas e as ideias esquecidas nalguma curva apertada. Senta-te comigo e soltemos as perguntas sobre a areia quente onde o sal experimentou o horizonte distante, que ainda hoje fala de (...)
Ao areal de todas as praias do mundo. A tua infinitude revela-se em vastidão de incontáveis grãos de areia, deitados às carícias do vento que se arrasta ágil sobre ti. Despe-te o sol, que do alto ilumina-te de altivo dourado e respira de ti leves poemas esquecidos de (...)
Podia ser a queda de uma estrela, essa que és tu, afinal. Mas não é assim que te assumo. Continuas a brilhar alto, uma imensa estrela no meio de tantas outras, talvez a mais colorida que dorme enroscada ao firmamento de veludo. Sei que deixaste expetativas soltas no (...)
É cedo ainda. Passeio pela praia. A maré cheia da noite passada deixou o areal molhado até ao paredão. Por todo o lado, pegadas de gaivotas e ramos partidos. Mais à frente, dois cães perseguem aos saltos um pombo solitário, que parece divertir-se com a situação, (...)