Se eu pudesse levava-te um pedaço de mar. Não um mar qualquer, mas aquele mar que é cada traço da palma da tua mão. E é teu esse mar, essas praias que vezes sem conta percorreste. É teu e só teu, de hoje em diante, para sempre. Nele és rei, dele és rei. E não (...)
Quem sabe? Talvez num dia quente de verão, cheio de luz dourada tombada por todos os lados ao mesmo tempo, eu me cruze contigo? Quem sabe? Talvez nesse instante, no abafar da hora alta da tarde, tu me olhes nos olhos e, num reconhecimento caído entre nós (como cai (...)
É primordial esta chuva que se impregna dos apelos que te deixo, na manhã ainda inacabada. É esta a hora do tanto querer, e a chuva conhece-me bem. Também tu. Sabes o que este corpo meu insinua quando decompõe devagar o teu nome, e quer tornar esta espera inocente (...)
Agora alguns miúdos brincam na rua, as suas vozes altas e agudas pautadas por risos misturam-se ao ladrar dos cães que correm atrás da bola. A hora avança. A minha respiração está mais leve e pausada, sinto o meu corpo fresco e, imersa no jogo de luz-sombra que (...)