Deito-me no deserto das tuas mãos (Imenso vácuo de noites sem sonhos), Enrolo-me no espaço dos teus braços que me seguram, Cheios de galáxias mais antigas que este mundo, E reconstruo-me, Enquanto contas histórias de vidas passadas E enormes cidades erguem-se junto (...)
Fecho os olhos no amordaçar do silêncio da noite. Está calor. Sob um céu pleno de estrelas tropeçam ideias caprichosas, cheias ainda do teu cheiro e do roçar do eco de antigos deuses que falavam de nós. Hoje parece tudo tão distante: as gentes e os seus caminhos (...)
Está muito frio. Num céu que aumenta a sensação de vazio e de solidão, já brilha a primeira estrela, enorme! Estamos na era das estrelas. São biliões, só na nossa galáxia. Um dia todas elas apagar-se-ão, uma a uma, mas por ora enchem os céus, os cadernos dos (...)
"A primeira estrela que eu vejo, Realizo o meu desejo..." O Universo expande-se e arrasta tudo com ele. O crepúsculo abre-se por inteiro ao firmamento, e o piar das aves ecoa ao longo do escurecer que vai acendendo os candeeiros de rua. Hoje não há vento nem nevoeiro, (...)
Talvez tenhamos vindo de tempos diferentes. Ou talvez o nosso tempo fosse o mesmo, mas tivéssemos decidido caminhar por ele a diferentes velocidades. Contudo, se eu te emprestar o meu tempo, tu emprestas-me o teu? Se eu me aproximar dessas névoas que fazem parte de ti, (...)
Gostava de te falar sobre o que o mundo ainda tem de belo! Mas talvez o saibas, talvez conheças cada caminho que se enche de um silêncio cheio de sol, talvez até já te tenhas cruzado com significados que não compreendes mas que te levam de volta ao local onde (...)
Lá fora, a noite. Sábia, conhecedora dos dias da Terra e dos segredos do mundo. Lua cheia. Incontáveis estrelas espantam-se com a magnanimidade de tudo o que de bom e de belo ainda existe. Para lá da janela e do jardim, as luzes distantes de casas, ruas, carros. (...)
Pararam. Olharam o rasgo dos meteoritos que cruzavam em grupo as nuvens de poeira cósmica, e encontraram a nudez do luar. Perto desse lago vindo de nascentes antigas, mais antigas que a matemática, a música, ou a própria palavra que sulcou desertos, a noite tudo (...)
Cabe na Poesia o sonho, Os caminhos e as estrelas, Os silêncios dos abraços, As crianças e esperanças, Todas as pedras das pontes, As gentes, os horizontes As lutas da Humanidade, E as vitórias do dia. Cabem na Poesia Os provérbios antigos, As grandes invenções, Le (...)
O Universo é o universo: sóbrio, concreto, conciso. Pura matemática, física e química. Não dá para grandes margens. É aquilo e mais nada. O Homem esse sim, movido pelo instinto de sobrevivência e pela curiosidade, procurando alcançar certezas sobre o espaço (...)