Num silêncio sem nome, Esquece a noite as suas origens, Esquece desígnios escritos a rigor, E todos os lugares maiores do que ela. Num silêncio sem nome, Perde a noite o seu rumo; Abdica dos Deuses do Mundo E deixa cativos os recados Aquele que se esconde para além Do (...)
Um dia, uma noite talvez, Eu cruzei o teu caminho (ou tu, o meu) E houve música felina, cheiro a maré vazia, Vaga-lumes no calor nu fora de horas, Lua cheia e dança de capoeira. Vi-te então na tua escrita E declarei-te alma de poeta, Profeta, Amante nómada que (...)
É agora, é este o momento. Vamos passear acima das nuvens? Vamos encarar o sol de frente, abrir os braços ao vento seco que desliza lá no alto e pintar o céu com um novo azul? Vamos saltar por cima das grandes montanhas e deslizar pelas encostas que descem até aos (...)
O mundo pode esperar, eu não. Respira fundo. Devagar. Inspira, expira. Agora abre a porta e deixa-me entrar. Silêncio! Não digas nada, nada perguntes. Que a tua mão se estenda à minha e me conduza até à tua sala fechada ao rebuliço das horas e das ruas apinhadas (...)