É agora, é este o momento. Vamos passear acima das nuvens? Vamos encarar o sol de frente, abrir os braços ao vento seco que desliza lá no alto e pintar o céu com um novo azul? Vamos saltar por cima das grandes montanhas e deslizar pelas encostas que descem até aos (...)
Manhã que chega à minha praceta, segura de si, sem vento nem frio. Sobe o sol imenso acima da linha dos telhados e ocupa todo o campo que se espalha para além do jardim bem cuidado. Recomeça a vida no tiquetaque regular dos ponteiros do relógio, cúmplice da manhã (...)
Vens já perto, vens de longe, de terras de sorrisos quentes e sonhos frescos. Atravessaste charnecas onde dourados cobrem campos, e vales de sombras azuis que acolhem. Acompanhaste, a partir da imensidão dos céus, o curso dos riachos que descem as montanhas; e a tua (...)
E que tal um poema? Não um poema qualquer! Tem que ter luz... Sílabas em som, Porque não? Ser poesia escancarada, Ter todas as cores do mundo. Tem que cair das madrugadas, Divagar em longas tardes de estio E amar muito à noite, devagarinho! Que tal um poema? Tem que (...)
Ao fim do dia, quando tudo é escuro e mistério, sonhos parecem sentar-se em frente ao crepitar de uma fogueira. Nas fagulhas que estalam desordenadas no ar, os sonhos veem todas as estrelas do firmamento, todos os ventos que varrem a Terra, todas as grandes montanhas (...)
A manhã sentou-se a meu lado. Encheu-me de vagares e fez-me todas as promessas do mundo. Falou-me de fé, enquanto a dourada claridade me acolhia doce, no seu colo. No calor do dia que se revelava e despertava em brilhos o campo ao meu redor, certezas tornavam-se (...)
Há palavras poderosas. Chegam devagar, tímidas, discretas. Cautelosas. Resguardam-se no espaço vazio do papel e aos poucos despem-se, deixam sílabas à solta, letras em festa, ideias que se espalham pelo ar em delicados círculos. Há palavras feitas de todos os mundos (...)
São coloridos os acordares nestas manhãs feitas de sorrisos, que rindo, caem do sol. Na extensão dos secos prados ondulam já as ervas do campo. Em praias distantes, de vastos areais e eruditas rochas, gaivotas compõem murmúrios que o mar há-de gritar em longas marés. (...)
Dá-me a mão enquanto a vela nos abarca em poesia. No silêncio da chama que brilha serena, olha-me nos olhos, diz baixinho o meu nome, e fica ao meu lado mesmo que só por um instante! (Se puderes, deixa todas as horas queimarem no fogo e fica ainda, mais um pouco...). Desf (...)
Hoje, enquanto olhava da minha janela as árvores da rua, apercebi-me do quanto sinto falta de assistir a um pôr-do-sol. Daqueles que acontecem num dia quente como o de hoje e que dão a tudo um tom entre o vermelho e o laranja. Um crepúsculo que faz o horizonte parecer (...)