Pressentimentos levam-me a ti. Em passos indecisos chego ao teu nome. Tímida, deixo-te palavras fugazes. Sempre tu. Nem sei outro caminho que não este... Estou aqui, dentro de um silêncio que é todo teu, quando o sol espanta o fluir da escrita que se dissolve nua no papel. Pressent (...)
Recebe-me inocente no infinito silêncio das horas sem fundamento. Deixa que o meu olhar se firme no escuro absoluto do teu, E que todas as palavras-chave não ditas desmoronem sobre nós. Poderemos então trilhar um abraço que tudo abarca, Daqueles que desbravam (...)
E agora, é manhã! Escolho o sol, O acordar em escala musical, O soletrar poemas Que na noite não se veem E que afinal correm como cometas Atrás dos cães saltitões... Mas é manhã, agora! No calor que embate no dia Entre aves invisíveis E mapas por abrir, Desperta a (...)
Noite. Lua quase cheia num céu estranhamente claro. O luar pálido entra em sussurros pela janela e deixa-se cair como uma melopeia sobre a minha cama, fazendo sobressair o branco dos lençóis. Leio-te com uma calma invulgar. Sem pressa. As palavras parecem evaporar-se (...)
Acorda-me o sol Que rasga espaços Pela janela indiferente ao meu sono vadio... Afasto sonolenta O lençol de mim Que na noite promiscua Falou-me de ti: Provocou-me, Seduziu-me indecente Em sussurros despejados ao meu corpo solto, Enquanto inocente, Dormia! Euforia... (...)
Deixa estar. A caneta e o papel podem esperar, eu não. O vento soprou agora lá fora e já palavras se agitam pelo ar. Vai lá e apanha-as, mas não as prendas em diálogos teus. Deixa-as escorregar por entre os teus dedos sobre a minha pele. Permite que elas caiam (...)
Recebe-me no teu coração, inocente eu, no infinito silêncio das horas intermináveis. Deixa que o meu olhar se envolva em absoluto no teu e todas as palavras não ditas voem em nosso redor. Poderemos então trilhar um desconhecido abraço, daqueles que desbravam (...)
Vem, em na manhã dócil que chega, Plena em luz envolvente, quente, Que abraça a minha pele em calor e maciez, Cetim. Vem tu, vem a mim, E abraça-me também. Senta-te comigo Na terra aquecida pelo sol, Onde jovem, a relva, Perfuma de promessas, o ar. Vem, repousa aqui, (...)
Repousa em mim, luz que o sol liberta ao dia. Recebo-te em júbilo, que desce sempre feito mistério, manhã após manhã. Pousa suavemente nesta minha pele que, sem entraves, te espera desde o clarear dos céus. Aquece-me suavemente como beijos que se dão, e acaricia-me (...)
Aos vastos campos a perder de vista, quando neles a erva ondula no dourado da tarde e, no céu alto, enquanto árvores dormem na preguiça da tarde, aves peregrinas voam. Erva do campo, flor selvagem, vontade dispersa numa vastidão imensa aberta ao céu. Horas que (...)