O tempo caminha sob a sua própria vontade, pois não tem como dela escapar: dias e noites sucedem-se num ciclo infindável e desinteressado. Mas é preciso parar. Dar tempo ao próprio tempo. Separar o dia, da noite. E a noite, cúmplice que nunca deserta, já doce me (...)
A tarde vai avançada, tempo de abrandar. Sento-me nas horas do descanso que embalam a imaginação desperta em mim. Chove. A chuva também me molha pensamentos, abstrações, sentimentos e rascunhos. Brotam desejos da alma, e asas voam de sonhos meus como pautas ao vento. (...)
Guardo para mim todas as belas palavras do mundo. Deslizo como cetim mudo entre as entrelinhas do não dito. A sombra de sentimentos ocultos em lua nova já me despe de maiúsculas seduções. Silêncio... Sou forma nua na penumbra do papel em branco suspenso à minha (...)
Fim de dia na penumbra quente do quarto. Lembro-me de ti, um pensamento vivo, real, insistente. E não o afasto. O tempo parece parar dentro de mim, em meu redor, e fica só a entrega, o sentimento, a vontade. O sonho… e tu. Houve uma altura. Estivemos perto mas o tempo (...)