Ah, se soubesses! É o teu nome, sempre o teu nome, vogais e consoantes feitas do vento que sopra na noite louca lá fora, e que quero sentir por toda a minha pele tão cheia de calor. É por isso que hoje eu recuso-me a fechar a janela, porque eu quero provar o roçar (...)
Patrulha as ruas e os rios, esta minha vontade de ti. E não te vejo. Vê-te a chuva que cai dócil e embriaga instintos que vêm de muito longe. Vê-te o vento quente que traz com ele o calor amante do deserto e te desfaz em desejos que te quebram por dentro. Vê-te a (...)
O avançar silencioso da manhã espalha palavras transparentes por aqui e por ali, no jardim ainda rendido à preguiça da noite passada. Uma flor chama-me a atenção, a mais bela entre todas. Rende-se ela à luz envolvente que lhe sacia cada uma das suas ávidas pétalas. Re (...)
Chegou a manhã com toda a sua luz, que soa a adocicados beijos (recebidos, dados), e a esperanças com o toque de apetecidos afagos. Entrega-se já o meu sorriso, descuidado, sem pudores, todo ele ao sol, no meu corpo submisso ao dia. O orvalho ousa pulsar agora no (...)
Aos vastos campos a perder de vista, quando neles a erva ondula no dourado da tarde e, no céu alto, enquanto árvores dormem na preguiça da tarde, aves peregrinas voam. Erva do campo, flor selvagem, vontade dispersa numa vastidão imensa aberta ao céu. Horas que (...)
Flor, De que madrugadas nasceste tu, Para em rasgadas manhãs sem cor Cuidares do embalo das aves que no alto voam? No sol que quebra as frescuras do orvalho, Danças nas pétalas que giram em palavras tuas, Com sabor a perdidos prados E caminhos de fim de dia. Sendo tu flor, Entr (...)