Desço sem pressa a rampa em direção ao jardim, entre as pedras da calçada afogueadas no calor inusitado da manhã, e o alcatrão preguiçoso que pasma obtuso para o cheiro a sardinha assada. Tenho postos em mim os olhares dos pombos e das rolas, que parecem trovadores (...)
Havia um jardim. Nem grande, nem pequeno. Teu, de toda a gente. Plátanos e palmeiras recitavam sonetos à sequoia e ao cipreste, enquanto o sol se despia no céu acima das copas imóveis das árvores-de-fogo. No coreto sem tempo brincavam as horas que aguardavam a minha (...)
Em carris que se afundam no alcatrão esbatido, circula, pintado da cor do sol ou da rosa do amor, o elétrico, transportando as histórias de todos e de ninguém, caladas nos sacos de plástico ou de papel que os passageiros carregam. Por colinas mal disfarçadas, janelas (...)