Se me encontrares Escreve o meu nome Sobre todos os telhados da cidade Que abrigam ninhos de andorinha E sobre as águas-furtadas de janelas abertas à claridade do rio, Onde o sol catita se senta a ouvir o alegre assobio de algum apaixonado que passa. Escreve o meu (...)
O regresso... Férias. Perto, cercando ao alto a aldeia, montes imensos, cobertos de pinheiros, eucaliptos e calor impiedoso. Casas bem pintadas, adornadas nas suas cores, a brilhar vaidosas no branco brilhante do verão. Ruas empedradas, cheias de arbustos, flores e (...)
Lusco-fusco. O dourado e o azul. O brilho das luzes que veste o crepúsculo, quando o dia diz o último adeus e parte devagar para longe, até ser hora de regressar novamente. Na última troca de olhares entre o dia que se afasta e a noite que vem, já se pressentem as (...)
Exibe-se orgulhosa a ponte, resistindo com firmeza aos vagares da passagem do tempo, às estações do ano que deixam as suas marcas, a toda uma história e simbologia. Anfitriã boémia e marginal, acolhida pelas almas de poetas, fotógrafos, fadistas, amantes e pintores, (...)
Patrulha as ruas e os rios, esta minha vontade de ti. E não te vejo. Vê-te a chuva que cai dócil e embriaga instintos que vêm de muito longe. Vê-te o vento quente que traz com ele o calor amante do deserto e te desfaz em desejos que te quebram por dentro. Vê-te a (...)
Telhados que se deitam ao sol, abertos ao dia imenso que se estende junto ao rio. Pulsa neles o calor da nova estação, juntamente com o riso do vento que rodopia entre as telhas e os ninhos de andorinha disfarçados sob os beirais. Águas-furtadas deixam voar conversas (...)
Ao fim do dia, quando tudo é escuro e mistério, sonhos parecem sentar-se em frente ao crepitar de uma fogueira. Nas fagulhas que estalam desordenadas no ar, os sonhos veem todas as estrelas do firmamento, todos os ventos que varrem a Terra, todas as grandes montanhas (...)
São coloridos os acordares nestas manhãs feitas de sorrisos, que rindo, caem do sol. Na extensão dos secos prados ondulam já as ervas do campo. Em praias distantes, de vastos areais e eruditas rochas, gaivotas compõem murmúrios que o mar há-de gritar em longas marés. (...)
(Todo o teu foco já arrancou raízes, chicoteou ramos no ar e fez folhas voarem em todas as direções. E tu, nem te mexeste. As horas surgem atrás de ti, encostam-se às tuas vestes molhadas e pousam a mão no teu ombro. Nem dás por elas...) Vi-te eu ao longe nessa tua (...)
Adivinho-te nessa chuva miudinha caída do nevoeiro que te trespassa. As gaivotas roucas já partiram, o farol já se calou, os barcos são agora meras formas fantasmagóricas. Ao olhar para ti, o rio pergunta-se o porquê de ali permaneceres há tanto tempo. As horas (...)