Na noite incauta despertam a folia e o exagero. Pelas ruas e salões de baile apinhados, a música embate nos risos e trajes resgatados aos séculos e às tradições. Máscaras carregadas de detalhes coloridos e simbolismo escondem rostos, preocupações, até mesmo, (...)
Outono boreal, Ponto libra. Move-se o sol subtil no tracejado do descansar da terra. Reparte-se a luz em significados místicos, Nas sombras adocicadas que se alargam Ao encurtar morno dos dias. Estação de passagem. Cores de nós rasgadas, Rituais celtas que enaltecem o tom, (...)
Não sabia se alguma vez eu te iria encontrar, apesar de pressentir que há muito tempo algo indefinido me conduzia em direção a ti. E um dia, encontrei-te. Foi uma espécie de reconhecimento, quando no silêncio quente de uma só noite eu aprendi cada um dos teus (...)
Deixa estar. A caneta e o papel podem esperar, eu não. O vento soprou agora lá fora e já palavras se agitam pelo ar. Vai lá e apanha-as, mas não as prendas em diálogos teus. Deixa-as escorregar por entre os teus dedos sobre a minha pele. Permite que elas caiam (...)
A manhã sentou-se a meu lado. Encheu-me de vagares e fez-me todas as promessas do mundo. Falou-me de fé, enquanto a dourada claridade me acolhia doce, no seu colo. No calor do dia que se revelava e despertava em brilhos o campo ao meu redor, certezas tornavam-se (...)
O teu nome poderia ser Peregrino. Pelo menos foi assim que te entendi naquela noite quente e infinita. Já tudo permanecia no silêncio adormecido: a civilização, as cidades, as suas gentes, os seus cheiros e ruídos. Vi-te de longe e logo aí senti-te vindo de todos os (...)
Há palavras poderosas. Chegam devagar, tímidas, discretas. Cautelosas. Resguardam-se no espaço vazio do papel e aos poucos despem-se, deixam sílabas à solta, letras em festa, ideias que se espalham pelo ar em delicados círculos. Há palavras feitas de todos os mundos (...)