Quero o teu olhar demorado em mim, Mar azul esse teu, Sem marés nem ventos Que moldam ondas. Quero o teu olhar perdido em mim, Sombras frescas de pinheiros E perfume adocicado dos loendros Que decoram ruas íntimas por onde andamos. Quero o teu olhar vagaroso em mim, Pene (...)
Lembro-me de um dia eu e tu termos falado sobre Poesia, discordando sobre o que ela deveria ser. Pois bem, ao fim deste tempo todo mantenho a minha palavra: a Poesia quer-se livre, indomável, agreste! Não tem que obedecer a regras ou parâmetros. Nem sequer tem que fazer (...)
Chegou a manhã com toda a sua luz, que soa a adocicados beijos (recebidos, dados), e a esperanças com o toque de apetecidos afagos. Entrega-se já o meu sorriso, descuidado, sem pudores, todo ele ao sol, no meu corpo submisso ao dia. O orvalho ousa pulsar agora no (...)
És como um livro cheio dos arabescos do mundo. A capa, figura tua, que aprecio, estudo, avalio. As páginas, pedaços teus feitos papel de lua, onde palavras são constelações, e pontuações fugazes cometas. Em dedos de cuidado, folheio-te, página a página, letras (...)
Cedo-me ao silêncio da manhã que pede entrega à calma. Toca Miles Davis. Sem pressa, torno-me parte da música, na dádiva que é ter hoje poder sobre os ponteiros do relógio. No conforto da certeza de não haver pressas neste novo dia, descanso palavras na luz do (...)