Neste céu que é meu abrigam-se sonhos e tumultos de cidades a abarrotar de nadas. E o céu sabe lá do que é que as cidades vivem, o que será que as alimenta e onde dormem à noite. O céu sabe lá! Mas vê nas cidades as pessoas que se cruzam num amontoar de sombras (...)
Deito-me no deserto das tuas mãos (Imenso vácuo de noites sem sonhos), Enrolo-me no espaço dos teus braços que me seguram, Cheios de galáxias mais antigas que este mundo, E reconstruo-me, Enquanto contas histórias de vidas passadas E enormes cidades erguem-se junto (...)
Foi fácil chegar a ti, quando tu vieste de um tempo tão longínquo só para chegares a mim também. Os teus olhos eram o perfume que a terra seca liberta quando recebe nela as primeiras chuvas; na tua voz sentia-se o sal e o sol de todas as praias, em intermináveis dias (...)
Fecho os olhos no amordaçar do silêncio da noite. Está calor. Sob um céu pleno de estrelas tropeçam ideias caprichosas, cheias ainda do teu cheiro e do roçar do eco de antigos deuses que falavam de nós. Hoje parece tudo tão distante: as gentes e os seus caminhos (...)