Esvoaça a folha seca nas rajadas do vento impiedoso. Enquanto altiva expõe a sua cor dourada pelas janelas e parapeitos por onde passa, esconde nos seus veios sem vida um pouco do verão que se afasta de ombros descaídos, contendo muito a custo suspiros melancólicos. S (...)
Chama-me Silêncio. Chama-me Pedra Nua E desenha em mim carateres antigos, De exóticos significados por decifrar. Bombaim, Capadócia, Singapura. Percorre com as tuas mãos lentas os mapas do meu corpo E deita-me na tua noite que se deita em mim também. Fecha os olhos (...)
Ah, se soubesses! É o teu nome, sempre o teu nome, vogais e consoantes feitas do vento que sopra na noite louca lá fora, e que quero sentir por toda a minha pele tão cheia de calor. É por isso que hoje eu recuso-me a fechar a janela, porque eu quero provar o roçar (...)
Deixa-me ser sentido proibido, sentido obrigatório, sentido sem sentido entre todos os teus sentidos. Deixa-me fazer parte dos caminhos imaginários que encurtam as distâncias que nos separam, para me fazeres poema só teu. Torna-me todos os verbos que se passeiam (...)