Tarde cinzenta, de muito calor. Um vento seco sopra com força, num de repente sem sentido. As folhas das árvores estão agitadas, barulhentas, pressentindo a trovoada que está para chegar. Chegaste tu, antes do ribombar do trovão. Sem um aviso prévio surgiste, uma (...)
Corre solto, com estrondo, Num ribombar pesado de trovão Que esmaga trilhos vazios da pegada humana. Na poeira que se eleva ao vento seco, desbrava planícies, Espírito selvagem, apressado, Desenfreado, Em espaços indomáveis como a herança que carrega. Quando acelera (...)
Está calor, um calor repentino que cai de um céu cada vez mais escuro. O ar torna-se pesado, estagnado: nem uma só folha se move nas árvores em alerta, nem uma só erva a abanar no jardim bem cuidado. E o silêncio sente-se como matéria, cresce, à espera de um (...)
Já não estava habituada a amar. Já tinha esquecido tudo o que o amor faz ao coração de uma mulher. As dúvidas e as certezas. O par ou o ímpar. A coragem e o receio. O sonhar sem fim. Tudo à minha volta ter o embalo de uma luz especial, doce, quente, parecida com o (...)
Verão. Muito calor. Ar estagnado, pesado. Paira um silêncio estranho na rua deserta, nos campos secos, entre os pinheiros enfezados nos montes escuros que rodeiam a aldeia. Sentei-me no banco de azulejos coloridos enquanto me preparava para saborear um chá. (...)