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Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Sílabas à Solta

POESIA | PROSA POÉTICA

Viagem

24.02.21 | Sandra

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Um dia partirei à toa, à descoberta do ponto cardeal que me faça ser poema. Pelo caminho ficarão os ruídos sem som, os acasos sem sentido, as horas inundadas do quase nada. Irei pelo caminho solto, alcatrão ao sol, sombras e sinais à aventura. Balão solto que se eleva ao alto, onde repousam nuvens despreocupadas entre a luz do sol que tudo abarca. Viajarei ao som do motor, pelos ponteiros dos segundos até lugares que são meus, feitos do tanto que me faz falta. Ou então partirei nos sonhos da imprudência da noite, quando estrelas distantes nos questionam e acendem desejos. Mas partirei em viagem. E de lá, de onde eu estiver, escreverei cartas que falam sobre as árvores do caminho e os trajetos onde curvas se riram para mim. Convidar-te-ei então a vires ter comigo. Não precisarás de mapa, o traçado do alcatrão apontará por onde deves ir. Ou então, basta inalares o vento carregado de perfumes e conquistas. Ele vem de onde eu estiver. Para já, é tempo de preparar bagagens e aguardar. O despertador tocará no momento certo. Até lá, viajo nas retas da escrita, nas palavras que leio ou escrevo, que me levam a lugares e momentos também muito meus, num à-parte das loucuras e do insano dos dias. E isso basta-me, por ora. Nada mais senão palavras que me transportam nas suas ideias. E viajo, sempre, vidros do carro abertos ao mundo.

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